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quarta-feira, dezembro 13, 2006

Dono do catamarã garante: Capitania foi avisada da pane

Por:

Maria Rocha



Ao contrário do que os sobreviventes disseram, o diretor executivo da Biotur, Cláudio Brito afirmou que o comandante do catamarã que naufragou no último domingo, entrou em contato com a Capitania dos Portos e com a empresa responsável, antes de dar pane na embarcação. Ele assegurou também que não houve falha da tripulação e que o resgate foi enviado imediatamente. “Todos os procedimentos foram realizados. O comandante passou um rádio para a Capitania e ligou do celular para a empresa informando o ocorrido. Imediatamente enviamos dois catamarãs e duas lanchas para ajudar no resgate”, garantiu Cláudio, que ainda declarou desconhecer o horário exato devido a aflição das circunstâncias.
Segundo Cláudio, após o aviso do comandante, a Capitania telefonou para a empresa para checar se o Catamarã Baía de Todos os Santos era de propriedade deles. Ele informou que cada embarcação tem um celular a disposição da tripulação, de onde foram originadas as chamadas para acionar o socorro.
O diretor da Biotur entende a tragédia como uma fatalidade. “É a primeira vez que acontece desde quando a empresa foi fundada em 1996. Nunca tivemos problema algum, antes de iniciarmos com esta empresa, já tínhamos experiência de 30 anos fazendo trajeto entre Valença e Morro de São Paulo, o comandante Júlio César de Assis está conosco há quatro anos e tem 18 de navegação”.
Em relação ao desaparecimento de um dos 128 passageiros, Cláudio lamentou e se colocou a disposição da família. “Enviamos dois representantes da empresa para prestar nossa solidariedade, sei que a vida não tem preço estamos sentidos pelo desaparecimento, nossa intenção era de resgatar todos”.
As buscas pela Capitania dos Portos foram encerradas ontem, mas foi feito um alerta aos pescadores e comunidades ribeirinhas para ficar atento a qualquer sinal que possa contribuir com o resgate do corpo de Ananias Bernardino da Silva, de 61 anos.
Brito relatou também que a empresa assumiu as despesas de roupas, hospedagem e remarcação de passagem aérea para os 30 passageiros que não eram da cidade e ainda não tinham alcançado o destino. Os demais passageiros que perderam ou tiveram seus pertences danificados serão ressarcidos.
Para isso, “foi aberto um canal de comunicação específico em atender os sobreviventes do naufrágio. Os clientes podem entrar em contato conosco através do numero (75) 3641-3327 ou contato@biotur.com.br e relatarem o quanto tiveram de perda”.
O representante da empresa disse que antes de naufragar, o catamarã estava na sua segunda viagem do dia e reafirmou que ocorrido não foi por falta de segurança. “O que resta agora é aguardar o resultado da perícia, não podemos nos precipitar e especular a razão do acidente”. Outra informação dita por Brito foi que o tempo estava em condições favoráveis para navegação, quando o clima se encontra instável é oferecido o trajeto aos passageiros via terrestre.



Tragédia não vai atrapalhar o verão no mar da Baía



O acidente ocorrido com o catamarã Baía de Todos os Santos não deverá interferir na rotina de travessias dos portos de Salvador e ilhas. Conforme esclareceu o comandante geral da Capitania dos Portos, nenhuma alteração foi efetivada para saída e chegada de catamarãs, ferrys-boats ou lanchas. “O que aconteceu foi um caso isolado e, até o momento, não vemos motivo para alteração de nossa rotina normal”, disse. O comandante disse que a única medida a ser tomada será por conta da alta estação, o que ocorre todos os anos. “Começaremos já uma intensificação das inspeções e fiscalizações nas embarcações por conta do grande número de viagens que ocorrem nesse período, até depois do carnaval. Porém, esse procedimento é comum todos os anos na época do verão”, afirmou. O número de pessoal trabalhando nas inspeções também será aumentado. “Deslocamos pessoas de outras funções para atuarem nas fiscalizações, aumentamos em mais de 100% nossos trabalhos”, completou.
Miranda de Souza informou que uma campanha foi lançada 24 de novembro para conscientizar tripulantes e passageiros quanto a segurança no mar. “É uma campanha que já ocorre há 11 anos e visa justamente orientar as pessoas quanto aos procedimentos que devem ser adotados em caso de qualquer problema no mar”, disse.
Folhetos explicativos para adultos, crianças e estrangeiros já começaram a serem distribuídos. De acordo com o comandante, filmes educativos também colaboram para orientar os passageiros. “Esses filmes mostram os procedimentos a serem adotados e indicamos que as embarcações os exibam antes e durante a viagem”.
Sobreviventes da tragédia com o catamarã Baía de Todos os Santos compareceram ontem na Capitania dos Portos para prestar depoimentos e ajudar a esclarecer o que ocorreu na noite do último domingo. Os 128 passageiros que estavam na embarcação deverão ser ouvidos aos poucos pelos oficiais da Marinha, o que deverá ser anexado ao inquérito de apuração dos fatos instaurado pelo comandante geral da Capitania, Alexandre Augusto Miranda de Souza.
Muitos dos passageiros reclamaram da falta de assistência da tripulação da embarcação no momento do naufrágio, porém o comandante Miranda de Souza preferiu não comentar a contradição entre a versão apresentada pelos tripulantes. “O que inicialmente tomamos conhecimento é que o comandante teria orientado os passageiros e feito corretamente o procedimento de abandono do barco. As versões apresentadas pelos passageiros serão consideradas, porém para que possamos tomar qualquer posição é necessário o resultado do inquérito”, afirmou. O prazo para que as apurações sejam encerradas é de 90 dias.
O Baía de Todos os Santos, que se encontra em um estaleiro do município de Valença, também deverá ser vistoriado. “Uma perícia será realizada em todo o catamarã, o que deverá nos apontar os motivos do acidente”, disse o comandante.
Miranda de Souza insistiu que a embarcação estava regular e que todo o equipamento de segurança encontrava-se dentro das normas determinadas pela Capitania. “O catamarã era vistoriado regularmente e a última inspeção completa ocorreu em 15 de agosto. De fato, não havia nenhuma irregularidade com o transporte. Os botes eram os recomendáveis e os coletes salva-vidas também. O que nós podemos dizer agora é que a tripulação era totalmente capacitada”, garantiu.
Quanto a ausência de concessão da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicação da Bahia (Agerba) do catamarã, o comandante limitou-se a dizer que esse tipo de procedimento não compete a Capitania dos Portos. “O problema é com a empresa que não solicitou a concessão da Agerba. O nosso papel é inspecionar a embarcação e isso nós garantimos que foi feito e o catamarã estava em perfeitas condições”.
O comandante disse ainda que não faz parte dos procedimentos da Capitania dos Portos verificar se a empresa responsável pela embarcação possui ou não concessão para navegação. “Até porque a obrigatoriedade dessa concessão é algo novo decretado e regulamentado entre novembro e dezembro deste ano. O que fazemos é inspecionar a embarcação e aprová-la ou não para o transporte de pessoas. Consideramos as nossas normas de segurança sem vínculo com a Agerba”, afirmou.
Miranda de Souza revelou que as empresas não são obrigadas a fornecerem instruções de forma oral aos passageiros. “Nós indicamos que haja uma pessoa para antes da partida informar quanto aos procedimentos de segurança (como ocorre nos aviões), mas isso é opcional, não existe a obrigatoriedade deste tipo de procedimento. O que é exigido são as sinalizações dos locais de bote e equipamentos de segurança”, admitiu. (Por Lorena Costa)



Buscas foram suspensas



Enquanto inúmeros sobreviventes compareciam à Capitania para prestar depoimentos e buscar informações de objetos pessoas perdidos durante o acidente, equipes de resgate continuavam a procura por Ananias Bernardino da Silva, único passageiro desaparecido por conta da tragédia. De acordo com o capitão, dado o prazo de 36 horas – encerrado ao meio-dia de ontem, as buscas agora ocorrerão sem esperanças de encontrar Ananias, de 61 anos, com vida. “Nós estávamos a procura dele no mar, porém como não foi possível encontrá-lo passamos agora a vascular as praias que ficam ao redor de onde ocorreu o acidente. Infelizmente, a nossa busca agora passa a ser por um corpo e não mais por uma vida”, disse.
Miranda de Souza apelou para que as populações das ilhas próximas também colaborem nas buscas pelo passageiro desaparecido. “Pedimos para que as pessoas nos comunique caso tenham qualquer informação”. O telefone da capitania dos portos é o 3320-3777.
Mais uma vez, os familiares de Ananias estiveram na Capitania dos Portos por busca de informações sobre o bioquímico que ficou a deriva separando-se dos grupos logo após ter se atirado ao mar. “Estamos em busca de uma resposta, continuaremos acompanhando até que o encontrem”, desabafou a irmã do passageiro desaparecido, Juscelina Maria da Silva.
Fonte: Tribuna da Bahia

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