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domingo, outubro 22, 2006

Ligações de assessor revelam que Lula sabia, diz oposição

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Na reta final do segundo turno, a oposição usará os telefonemas de Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete no Palácio do Planalto, para o petista Jorge Lorenzetti, personagem central da crise do dossiê, para tentar mostrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do dossiê contra tucanos.

O primeiro passo foi dado ontem, quando o sub-relator da CPI dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), apresentou requerimento pedindo a convocação de Carvalho, do ex-ministro José Dirceu e do assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel. A uma semana das eleições, Lula mantém vantagem de 19 pontos sobre o tucano Geraldo Alckmin, segundo o Datafolha. Porém, para a oposição, o fato de Carvalho ter ligado para Lorenzetti pelo menos duas vezes no dia 15 de setembro pode ajudar a reverter esse quadro.

Foi nesse dia que a Polícia Federal prendeu emissários petistas com R$ 1,75 milhão num hotel em São Paulo, dinheiro que seria usado no caso do dossiê. Neste dia, o nome de Lorenzetti ainda não havia aparecido nas investigações.

Anteontem, o delegado Diógenes Curado entregou relatório parcial sobre as investigações, apontando Lorenzetti como mentor do dossiê. Pelas apurações, Lorenzetti também conversou com Dirceu. Já Aurélio Pimentel foi incluído no pedido de convocação porque se reuniu com o ex-assessor Freud Godoy, exonerado após a divulgação do caso.

O deputado Carlos Sampaio considerou o relatório "pífio" e decidiu convidar o delegado para tratar do assunto. "Não há mais dúvidas de que o Palácio do Planalto sabia dessa operação criminosa", disse Sampaio.

Segundo ele, Carvalho deveria ter revelado de imediato a ocorrência da ligação: "Por que ele guardou esse segredo por quase 40 dias e só vem revelar isso agora, no momento em que chega a quebra do sigilo telefônico do Lorenzetti e no momento em que a PF o aponta [Lorenzetti] como o articulador de toda a operação?", disse.

O coordenador da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), cobrou explicações: "O que está aí é suficiente para caracterizar que os homens do presidente estão envolvidos nisso. Se o presidente não sabe de nada como sempre afirma, ele já não é o presidente. É só um demagogo". O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), vê crime eleitoral. "Depois de sua mulher, Gilberto Carvalho é a pessoa mais próxima do presidente, quase um irmão. Com essa proximidade, não será possível retirar do presidente da República a responsabilidade pelo crime eleitoral cometido".

Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) fez um trocadilho: "Acho que tínhamos no Brasil um outro PCC e não sabíamos. É o Palácio Comanda o Crime".

O senador também retomou o caso da morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André (SP), para criticar Gilberto Carvalho. "As justificativas que ele deu [no caso Celso Daniel] são exatamente as mesmas de agora. Um telefonema para se informar. Os argumentos se repetem." Carvalho era secretário de Governo de Celso Daniel em Santo André quando este foi morto, em 2002. Escutas telefônicas da época mostram seu empenho para que prevalecesse a tese de crime comum. Ele foi acusado, pelos irmãos de Daniel, de repassar propina de empresários de ônibus ao PT, o que ele negou em acareação.

Na mesma linha foi seu colega José Agripino (PFL-RN). "O Gilberto Carvalho é figura marcada desde o caso Celso Daniel. Os telefonemas e os antecedentes são a presença do gabinete do presidente da República na trama do dossiê", afirmou.

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