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segunda-feira, outubro 23, 2006

Fiesp condiciona apoio ao novo governo a política de crescimento

Assimina Vlahou
de Roma





O presidente da Fiesp considera a inflação uma 'página virada'
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, declarou que a entidade vai apoiar o novo governo se for implementada uma política voltada para o crescimento econômico e prometeu limitar este apoio se não houver medidas neste sentido.
“Vamos dar todo o apoio, seja qual for o vencedor, até no Congresso, para que as coisas possam acontecer. Mas se ao longo do proximo ano as coisas novamente começarem a não acontecer, vamos diminuir o apoio e aumentar a pressão”, disse Paulo Skaf em entrevista à BBC Brasil.

O presidente da Fiesp, que está de passagem por Roma chefiando uma delegação de 250 empresários brasileiros em missão comercial na Itália, garante que a entidade não tem preferência por um ou outro candidato.

“O melhor candidato é o que o povo brasileiro escolher”, sugere o empresário que disse ter encontrado os dois candidatos oferecendo propostas.

'Página virada'

Na avaliação de Paulo Skaf, a sociedade brasileira não aceita mais a atual politica econômica e exige mudança. Ele diz que é necessária uma política econômica que não deixe os juros nos atuais patamares e estimule o crescimento. A política dos últimos anos, “que só pensa no combate à inflação”, justificava-se, a seu ver, 15 anos atrás.

O presidente da Fiesp considera a inflação uma “página virada” e o índice de 3%, previsto para 2006, mais uma demonstração de que este problema está sob controle.

“Hoje você tem uma inflação de 3% ao ano e não de 84% ao mês, então a política tem que ser outra, não pode ter mais receio de demandas, esse episódio é passado, acabou.”

O crescimento deve ser uma “obsessão”, de acordo com a análise do presidente da Fiesp, da mesma forma que 20 anos atrás houve a obsessão pelo combate à inflação. Para atingir esta meta, ele considera necessárias reformas estruturais e tributárias, além da reforma das leis trabalhistas e de uma política de desburocratização e agilização.

Segundo Paulo Skaf, o novo governo, antes de mais nada, vai ter que começar cortando gastos e não procurar arrecadar mais para suprir “desperdícios”.

“É preciso ter a obsessão por certas reformas, combater o desperdício e reduzir os gastos públicos. Este é o primeiro caminho, não pode ter outro".

O Brasil tem condições de crescer acima das médias mundiais, na opinião do líder dos empresários brasileiros. “Mas não é isso que temos observado ao longo desses anos”, segundo ele, com um crescimento de 2,3% no ano passado enquanto a média registrada no mundo foi de 5% e dos países emergentes de quase 7%.

“O foco continuou nessa questão da inflação e da política de juros altos, câmbio baixo, se preocupando com um fantasma que não existe mais”.

Essa política econômica, de acordo com Paulo Skaf, levou o governo a pagar R$ 160 bilhões de juros no ano passado.

Privatizações

Quanto às privatizações, Paulo Skaf acredita que, de modo geral, não foram nocivas ao país, mas que o assunto esquenta só em período eleitoral.

“Quando chega o calor das vésperas das eleições as coisas começam a tomar uma forma, depois das eleições viram fumaça”, em sua opinião.

O que já foi privatizado nem deve ser mais discutido, na avaliação do presidente da Fiesp, é “leite derramado”. Com relação ao futuro, ele acha que ainda há setores que podem ser privatizados, como os serviços nos portos. Mas não a Petrobras.

“A Petrobras vai muito bem, está dando um exemplo, fazendo um trabalho magnífico, temos uma situação de autosuficiência de petróleo com uma produção de 1,9 milhão de barris por dia. Ninguém vai pensar em privatizar a Petrobras”, adverte.

Fonte: BBC

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