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domingo, julho 02, 2006

O privilégio da impunidade

Por: Meio Norte (PI)

O deputado Roberto Freire, do PPS, decidiu abandonar a vida pública depois de quase quatro décadas de militância. Alegou seu desencanto com a política, principalmente depois que denúncias de corrupção praticada por parlamentares não receberam qualquer punição da própria Câmara Federal.
O anúncio de Freire pode parecer um fato isolado, mas de certa forma explica por que a corrupção consegue prosperar. A maioria dos cidadãos de bem se dá por vencida. Simplesmente não consegue ver na cadeia os maus elementos, sobretudo os de "colarinho branco".
O mesmo Roberto Freire esteve em Teresina há dois meses. Na ocasião, discursou para uma platéia de jornalistas e disse que acredita no país e nas suas instituições.
Citou diversos outros casos em que os corruptos foram parar na cadeia. Destacou os exemplos de Georgina de Freitas, advogada que aplicou um golpe milionário na Previdência e fugiu para o exterior. Anos depois, localizada pelo jornalista Roberto Cabrini, foi presa.
Falou também no caso do juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, que desviou mais de 160 milhões de reais dos recursos destinados à construção do prédio do Tribunal do Trabalho de São Paulo. Ele frisou que a punição demora, mas termina acontecendo, porque as denúncias terminam se transformando em processos que são levados às últimas conseqüências pelas autoridades responsáveis.
O problema é que nem sempre temos autoridades responsáveis. O escândalo do "mensalão" é uma prova disso. Praticamente todos os deputados acusados, e com farta documentação probatória que tiveram, inclusive, a cassação recomendada pelo Conselho de Ética, foram absolvidos em plenário.
Observadores da cena política crêem que eles serão punidos pelas urnas. Freire e a grande maioria dos brasileiros acha que não. Que eles podem até se afastar momentaneamente, mas que terminarão dando a volta por cima e se firmando como o que realmente são, "sanguessugas" de um sistema político que não privilegia a seriedade.

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