Por: ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
Os deputados Arolde de Oliveira (PFL-RJ), Aroldo Cedraz (PFL-BA) e João Almeida (PSDB-BA) anunciaram hoje que vão processar a CGU (Controladoria Geral da União) por ter vinculado seus nomes ao esquema dos sanguessugas. O ministro Jorge Hage (CGU) ironizou a decisão dos parlamentares. "Ótimo", afirmou ao ser informado pela Folha Online.
Na última quarta-feira, o órgão divulgou uma lista com os nomes de deputados que apresentaram emendas liberadas para a Planam. O levantamento incluía os três deputados, além de Márcio Reinaldo (PTB-MG).
Com base nos documentos da CGU, o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), chegou a anunciar que iria notificar os quatro a se explicar, o que elevaria a lista de investigados pela comissão para 94 deputados.
Biscaia voltou atrás depois que o sub-relator da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), foi informado pelo ministro Jorge Hage (CGU) que o material distribuído pelo órgão era um levantamento estatístico e não apontava que os quatro deputados tinham envolvimento com a quadrilha.
O ministro Jorge Hage disse que produziu a lista com os nomes dos parlamentares a pedido do deputado Antonio Carlos Biscaia e do relator, senador Amir Lando (PMDB-RO). "Tenho documentado a solicitação deles", disse.
Ele explicou que no documento constam nomes de parlamentares cujas emendas foram liberadas para a Planam, mas isso não significa que os deputados levaram vantagens da empresa. Jorge Hage advertiu, no entanto, que a emendas dos quatro parlamentares fora utilizadas no esquema da empresa que superfaturava os preços de ambulâncias.
"O que ocorreu com esses quatro deputados é o mesmo que ocorreu com os outros 90 [que estão sob investigação da CPI]. Por qual razão eles estão sendo considerados diferentes não temos que nos meter", afirmou.
O próprio ministro esclareceu que a CPI está tomando como base o depoimento de Luiz Antonio Trevisan Vedoin, sócio da Planam, e que esses quatro deputados não foram citados pelo empresário no depoimento à Justiça de Mato Grosso.
Os deputados querem processar o ministro por calúnia e difamação. Também acusam o governo de politizar o escândalo, já que com exceção de Marcio Reinaldo, os demais envolvidos são de partidos da oposição.
Os três também anunciaram que estão dispostos a levar o caso para a executiva nacional do PSDB e do PFL para que o assunto seja tema de ação na Justiça Eleitoral. "Para mim o que houve foi uma grande articulação política, pois só envolveram gente da oposição. É uma grande palhaçada", afirmou Aroldo Cedraz.
O ministro disse não acreditar que o processo vá adiante. "É um processo natimorto, não terá a menor chance de prosperar. O que a Controladoria fez foi cumprir seu dever de fiscalizar os recursos federais", disse.
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