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domingo, maio 28, 2006

O partido do PCC

Por: Alan Rodrigues (ISTOÉ)

Depois de aterrorizar São Paulo, facçãocriminosa planeja eleger deputado parater representante na Assembléia


O PCC já marcou sua próximaação: 1º de outubro. O domingoem que os brasileiros vão àsurnas “será um dia sem visitas nos presídios”. Através de um contingentede 120 mil presos, a facção está convocando seus 300 mil parentes e amigos para irem às urnas e votar em candidatos que defendam suas bandeiras. Uma força nada desprezível, pois, além de influenciar milhares de eleitores, a força criminosa movimenta cerca de R$ 1 milhão por mês. O nome preferencial é o do presidente licenciado da OAB/Marília, José Cláudio Bravos. O partido é o PV (Partido Verde). Professor de direito processual penal na Universidade de Marília, interior de São Paulo, Bravos não nega que seja o preferido dos presos, mas não admite ser acusado de ter ligações com o PCC ou qualquer outra facção criminosa. Ele assume que suas propostas vão ao encontro das reivindicações dos presidiários. “Assim como a Fiesp ou os metalúrgicos têm seus candidatos, os presos – que são proibidos de votar – também podem escolher quem melhor lhes represente”, argumenta.
Aos 58 anos, ele começou a militar nas portas das cadeias depois que seu filho, um ex-agente penitenciário, virou refém em uma rebelião. De lá para cá, Bravos tornou-se figurinha carimbada nos presídios. Espiões da polícia passaram a seguir seu périplo pelas cadeias, principalmente nos meses que antecederam o caos em São Paulo. “Só em abril deste ano ele se encontrou com sete líderes do PCC, entre eles Marcola e Julinho Carambola, para conversas que demoraram até duas horas”, revela um documento da inteligência da polícia ao qual ISTOÉ teve acesso. “Confirmo todas as minhas presenças. Sou pesquisador universitário deste tema e posso conversar com qualquer um”, reage Bravos, que defende a aplicação do Código de Execução Penal. Ele prevê progressão para regime semi-aberto, liberdade condicional, soltura imediata após cumprimento da pena, responsabilidade pela integridade física do preso e não-exposição a situação degradante.
Ao mesmo tempo que se consolidou como o candidato dos presos, se transformou em inimigo do Estado ao promover, em abril de 2005, manifestação que reuniu cerca de dez mil familiares e amigos dos detentos no Centro de São Paulo. As reivindicações daquele momento, exceto as tevês para assistir à Copa do Mundo, foram as mesmas feitas pelo PCC agora, quando a facção impôs o terror a São Paulo. “Naqueles dias eu segurei a rebelião. Acredito que posso ser um interlocutor entre o governo e os presos”, afirma.
O advogado Bravos pode receber 300 mil votos de familiares depresos e garantir ao PV, legenda que deve abrigá-lo, a eleição demais três nomes para o Legislativo paulista

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