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sábado, maio 27, 2006

Escalado o time completo

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - O time está completo. Acaba de ser definido o décimo-primeiro craque. Da mesma forma que os outros, ele demonstrou preparo e competência para driblar e golear adversários. Pronto para conquistar a copa. Engana-se o leitor se imaginar que falamos do selecionado do Parreira e da Copa do Mundo. A copa, no caso, é a da Corrupção, e o time, dos que venceram a Justiça, atropelaram a Ética e sufocaram os Bons Costumes.
O último craque escolhido é o deputado Vadão Gomes, do PP de São Paulo, absolvido pelo plenário da Câmara da acusação de ter recebido alguns milhões de Delúbio Soares, por conta do mensalão. Seus companheiros também escalados são João Gomes, José Mentor, João Paulo Cunha, João Magno, Wanderval Santos, Pedro Henry, professor Luizinho, Roberto Brant, Romeu Queirós e Sandro Mabel.
Um time e tanto. Eclético, pois formado por cinco deputados do PT, dois do PL, dois do PP, um do PTB e um do PFL. Arrependidos devem estar os quatro que se recusaram a participar do campeonato, renunciando: Valdemar Costa Neto, Carlos Rodrigues, Paulo Rocha e José Borba. Julgando-se injustiçados pela não convocação, há três cassados, que fracassaram nos treinos: Roberto Jefferson, José Dirceu e Pedro Correia. Sobra um para ficar no banco, José Janene.
Convenhamos, é mais um escândalo. Não apenas os onze, mas os quatro que renunciaram voltarão a seus times, perdão, aos seus partidos de origem. Disputarão as eleições e, pelo jeito, continuarão brilhando. Só os três cassados vão esperar por uma anistia futura.
Pesquisa diferente
Além das pesquisas e das análises eleitorais divulgadas várias vezes por mês, existem outras realizadas para efeito interno dos partidos e do próprio governo, dificilmente dadas a conhecer. O PT acaba de receber os resultados de mais uma, tão singular que o presidente Ricardo Berzoini passou a referi-la. O partido encomendou a diversos institutos um estudo sobre o perfil psicológico do eleitor brasileiro, versão 2006. O que pensa, em média, esse eleitor? Que esperanças, ilusões e até decepções levará para a cabine eleitoral?
O resultado surpreendeu, quando comparado com outros, referentes a pleitos anteriores. Pode até explicar por que o presidente Lula encontra-se tão comodamente situado nas pesquisas. O eleitor atual, conforme essas análises, não é mais aquele cidadão que imaginava seus candidatos como super-homens, messias, salvadores da pátria que tudo prometiam.
As coisas mudaram, de 1989 para cá. Por frustração, realismo, experiência e outros fatores, o eleitor de 2006 não espera dos eleitos, em especial quem chegar à presidência, que faça milagres e decrete a felicidade geral. O eleito é visto pelo eleitor, ao menos conforme esse estudo, como alguém que precisa ser competente, capaz, mas uma pessoa comum, com qualidades e defeitos iguais aos de todos os mortais.
É essa marca que Lula pretende imprimir. Grupos de trabalho dedicam-se hoje, no PT, a selecionar aspectos principais das políticas públicas que deveriam ser continuadas ou mais desenvolvidas no segundo mandato. O material será colocado na rede de computadores para receber sugestões. Não só os companheiros, mas qualquer cidadão poderá pronunciar-se. Depois, o material será encaminhado a Lula para a elaboração do programa, a ser apresentado quando começar o período de campanha. Pelo previsto, o presidente fará poucos pronunciamentos e participará de poucos comícios. Isso, se for candidato...
Medo?
Está marcado para dia 7 o comparecimento de Daniel Dantas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Irá como convidado, se for, mas, pelo jeito, o PT pensa diferente. Imaginam os líderes do partido que o banqueiro estará injustamente colocado no papel de réu. Outra explicação não há para a muralha de ferro que o PT tenta erigir em torno de Dantas, para impedi-lo de depor. Deve tratar-se de recaída do partido na defesa dos Direitos Humanos. Ou será porque o banqueiro é capaz de jogar barro no ventilador que hoje refresca a campanha de Lula à reeleição?
Estão com medo de que comece a falar e não pare mais, abordando as tentativas de extorsão recebidas de Delúbio Soares e outros bandidos? Ou temem que se discuta outra vez a existência da falsa lista de cidadãos acusados de manter depósitos no exterior? A política tem dessas coisas. Não são os partidos simpáticos aos banqueiros que buscam protegê-los...
Fonte: Tribuna da Imprensa

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