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quarta-feira, maio 31, 2006

Disfunção de tireóide pode provocar doença nos olhos

Por: Fernanda Bassette (Jornal Pequeno)



Anticorpos atacam os tecidos e causam inflamações da órbita


Desencadeada por uma reação auto-imune do organismo que passa a produzir anticorpos contra seus próprios tecidos, a doença de Graves está intimamente relacionada com os distúrbios da tireóide, em especial o hipertiroidismo. Uma de suas principais conseqüências é a oftalmopatia: uma inflamação da órbita que ´empurra´ os olhos para a frente, dando a impressão de que o paciente está sempre assustado ou com os olhos esbugalhados. Apesar de ter caráter auto-imune, os especialistas em oftalmologia e endocrinologia suspeitam que um estresse emocional muito forte, como a morte de um familiar, possa ser um fator desencadeador da doença de Graves. No entanto, eles afirmam que nem sempre os pacientes relatam algum tipo de estresse para justificar o surgimento da doença. “A doença de Graves ainda não tem causa conhecida, mas provavelmente tem uma herança genética. Trata-se de um problema auto-imune que ataca a tireóide e a órbita, dando o aspecto de “olhos para fora”, explicou o oftalmologista Rubens Belfort Júnior. A oftalmopatia - Paulo Gois Manso, chefe do setor de órbita do Instituto da Visão da Unifesp, explicou que a oftalmopatia é uma doença secundária provocada pela alteração da tireóide. Segundo ele, os mesmos anticorpos que o organismo produz contra a tireóide também atacam a órbita, desencadeando um processo inflamatório e o aumento da produção de fibroblastos. “Esses fibroblastos passam a produzir substâncias chamadas glicosaminoglicanos, que se acumulam na gordura da órbita e nos músculos oculares empurrando os olhos para frente”, explicou Manso. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto explicou que as órbitas são preenchidas por uma gordura - que funciona como um amortecedor. “A doença de Graves age exatamente nessa região. O olho salta porque a gordura que envolve os olhos fica inchada.”De acordo com Manso, dos pacientes que apresentam oftalmopatia, 90% têm hipertiroidismo; 4% apresentam hipotiroidismo e os outros 6% não têm a disfunção na tireóide, mas apresentam alterações auto-imunes no organismo. “Não podemos dizer que todos os casos estão relacionados com o hipertiroidismo. Mas sempre há a disfunção auto-imune”, afirmou Manso. Na maioria das vezes, os primeiros sintomas da doença de Graves estão relacionados ao hipertiroidismo: taquicardia, sudorese excessiva, emagrecimento e insônia. Quando a doença atinge os olhos, os principais sintomas são dor, vermelhidão e inchaço (fase ativa da doença). Depois dessa fase, desaparecem os sinais inflamatórios e o paciente entra na fase inativa da doença. O tratamento da doença de Graves é feito em conjunto com endocrinologistas e inclui controlar o distúrbio da tireóide e tratar a inflamação orbitária, na fase ativa, com uso de drogas antiinflamatórias. A cirurgia é reservada para os casos mais graves, onde existe risco de perda da visão. Os hormônios produzidos pela glândula equilibram as funções do organismo - A tireóide é uma glândula fundamental no funcionamento das funções do organismo. Ela está localizada no pescoço e é responsável pela fabricação dos hormônios T3 e T4, que são os principais reguladores metabólicos do organismo. É a tireóide que equilibra funções como os batimentos cardíacos, a temperatura corporal e o gasto energético do corpo. “Ela tem uma função tão importante, que qualquer alteração gera interferências no organismo”, explicou Marcello Bronstein, professor de endocrinologia da Faculdade de Medicina da USP. Segundo Bronstein, apesar de ser pouco conhecida pelas pessoas, a doença de Graves é relativamente comum e atinge mais mulheres, especialmente com mais de 40 anos. A proporção, diz o especialista, é de sete mulheres para um homem. O diagnóstico correto da doença é feito por meio da dosagem da quantidade de hormônios (T3 e T4) e da quantidade de TSH no sangue. “Quando a pessoa tem hipertiroidismo, o THS fica baixo, praticamente zerado”, explicou Antônio Roberto Chacra, chefe do departamento de endocrinologia da Unifesp. (FB)

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