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quarta-feira, maio 24, 2006

CRONOLOGIA DA MÁFIA DOS SANGUESSUGAS

Por: Correio Braziliense

Depois de dois anos de investigação, pelo menos 46 pessoas são presas em Brasília e seis estados, durante a Operação Sanguessuga, da Polícia Federal. Elas são acusadas de fraudar licitações em municípios para a compra de ambulâncias e UTIs móveis. Entre os detidos estão os ex-deputados Bispo Rodrigues
(PL-RJ) e Ronivon Santiago (PP-AC), assessores do líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), e de oito deputados federais. Também integram a lista empresários e funcionários dos ministérios da Saúde e do Desenvolvimento. A quadrilha teria movimentado R$ 110 milhões entre 2001 e 2005.
Sexta-feira, 6
O Congresso Nacional decide investigar os parlamentares suspeitos de participar da máfia dos sanguessugas. Pelo menos 64 deputados e o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), de acordo com lista repassada pela Justiça Federal às presidências das duas casas legislativas, estariam envolvidos no esquema de corrupção. Conversa telefônica grampeada por agentes federais revelou que integrantes da quadrilha tramavam a morte de repórter do Correio Braziliense.
Domingo, 7
Os presos acusados de pertencer à máfia dos sanguessugas são transferidos para Cuiabá, onde permanecerão presos à disposição da Justiça Federal no Mato Grosso. Entre eles está o ex-deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ). O Correio revela que Maria da Penha Lino foi indicada para o Ministério da Saúde pelo deputado José Divino (PRB-RJ), listados entre os parlamentares suspeitos de fazer parte do esquema. Penha era peça-chave nas fraudes da máfia dos sanguessugas. O advogado dela procura a PF, sinalizando contar o que sabe em troca do benefício da delação premiada.
Segunda-feira, 8
A quadrilha não pára de crescer. Em depoimento de seis horas à PF, Maria da Penha Lino, ex-assessora do Ministério da Saúe, afirmou que um terço da Câmara - cerca de 170 deputados - participaria do esquema de fraudes ao Orçamento. De memória, ela pôs no papel o nome do líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), e de 80 deputados federais. Ela contou que, em retribuição, esses parlamentares recebiam propina. O dinheiro chegava à Câmara escondido em malas, bolsos de paletó, meias e até cuecas de funcionários da Planam, principal empresa do esquema de corrupção.
Terça-feira, 9
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SDP), decidiram criar uma comissão formada por três senadores e três deputados para propor alterações na tramitação do Orçamento da União, com base em proposta do deputado Ricardo Barros (PP-PR) apresentada em 200.
Quarta-feira, 10
A Câmara decidiu que, de imediato, investigará somente 16 dos acusados de fraudar emendas para ajudar a quadrilha a vender ambulâncias a preços superfaturados. Os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE) defenderam a abertura de CPI para investigar o caso.
Quinta-feira, 11
Começou sem força a tentativa de se criar uma CPI para investigar o desvio de recursos para compra de ambulâncias. Apenas 25 deputados assinam o pedido. Já a maioria deles prefere disparar a artilharia contra a Polícia Federal e o Ministério Público. Eles querem que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), faça uma reclamação formal contra a divulgação de nomes de parlamentares. Em Cuiabá, a PF coloca frente a frente o ex-deputado Bispo Rodrigues e o empresário Ricardo Waldmann Brasil, dono da empresa de fachada Suprema-Rio Comércio de Equipamentos de Segurança e Representações, usada nas licitações irregulares com que os sanguessugas fraudavam o Orçamento da União.
Sexta-feira, 12
O ex-gerente do restaurante Northon Grill Marcelo Antônio de França entrega à Polícia Federal os nomes de pelo menos cinco parlamentares que freqüentemente se reuniriam em Brasília com os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam e acusados de chefiar a máfia dos sanguessugas. Entre eles estariam o deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) e o ex-deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ), que renunciou ao mandato por envolvimento no escândalo do mensalão. Os encontros, segundo Marcelo, ocorriam no restaurante localizado no Hotel Meliá.
Sábado, 13
O Correio revela que o deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) indicava o irmão Marcos Balbino Capixaba e seu principal assessor, Celso Augusto Mariano, como procuradores formais das empresas Planam e Santa Maria, empresas fornecedoras das ambulâncias. O documento dava poderes aos dois nas concorrências das prefeituras.
Domingo, 14
Perícia da Polícia Federal em documentos contábeis da Planam indica pagamento de R$ 73 mil a parlamentares. De acordo com documentos sigilosos da PF, pelo menos três deputados constam na lista da empresa: João Mendes de Jesus (PSB-RJ), Elaine Costa (PTB-RJ) e João Magalhães (PMDB-MG).
Terça-feira, 16
Polícia Federal investiga possível braço da máfia dos sanguessugas na área de inclusão digital do Ministério da Ciência e Tecnologia em projetos custeados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A instituição criou uma auditoria interna para investigar o caso.
Quarta-feira, 17
Comissão de sindicância da Câmara dos Deputados começa a apurar a participação de parlamentares na quadrilha das ambulâncias. Ministério Público também vai investigar prefeitos suspeitos de fraude.
Quinta-feira, 18
Em depoimento a deputados da comissão de sindicância, Maria da Penha Lino afirma que a Planam contactou 283 parlamentares.

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