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quarta-feira, abril 19, 2006

Manifestações param o trânsito em vários pontos

Por: Correio da Bahia

Movimento estudantil vai às ruas, reivindica passe livre e protesta contra a implantação do Salvador CardGlaucia Farias

Mobilizados, porém divididos, estudantes conseguiram parar os ônibus na cidade
O centro de Salvador foi tomado ontem por duas passeatas organizadas por grupos distintos de estudantes. A União dos Estudantes Secundaristas do Brasil (Ubes) organizou uma passeata em defesa do passe livre, enquanto a Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (Ages) e a Associação Baiana Estudantil Secundarista (Abes) promoveram mobilizações contra o cartão multiuso lançado recentemente, o Salvador Card. Entre os manifestantes, o que se ouvia era que o movimento da Ubes era a favor do Salvador Card e o segundo contra. A grande tensão aconteceu quando as duas passeatas se encontraram na Joana Angélica e houve um princípio de confusão. A bandeira da Ubes foi queimada pelos secundaristas e houve muito empurra-empurra.
O estudante de Comunicação Social da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Marcos César Brito, 32 anos, saiu ferido da confusão. Ele diz ter sido agredido por nove integrantes da Ubes, enquanto distribuía panfletos dentro da passeata deles. Os agressores não foram identificados e a vítima foi encaminhada ao 5º Centro de Saúde. Ele também prestou queixa na polícia. A diretora nacional da Ubes, Raíza Marques, que veio para Salvador participar da passeata, também foi alvo de empurrões.
"A gente preza pela unidade do movimento estudantil. Estamos dispostos a conversar para esclarecer tudo", disse Raíza. De acordo com ela, a disputa entre os estudantes está acontecendo porque, com o Salvador Card, somente a Ubes e Une poderão fornecer carteiras estudantis. "Eles não participam da luta e querem apenas fazer carteiras. Com o Salvador Card a confecção de carteiras vai ser mais segura, pois vai ser exigida documentação e com isso vão acabar as entidades que só existem para esse fim", afirmou.
Bilhetagem eletrônica - Os secundaristas se defendem. Eles garantem que a Abes e a Ages não confeccionam carteiras e que a Une e Ubes negociaram os direitos dos estudantes. "O Salvador Card antecipa o programa de bilhetagem eletrônica que vai acabar com cinco mil postos de trabalho. Nossa luta é também a favor do trabalhador que não pode pagar a passagem do filho e que ainda vai perder o emprego", disse o presidente da Abes, Nestor Neto. A Abes e a Ages acreditam que a passeata pelo passe livre feita pela Ubes foi a forma que eles encontraram para enfraquecer o movimento deles.
"O acordão que eles fizeram com o Setps inclui manifestações a favor do Salvador Card. Como eles não podem defender abertamente, pegaram uma bandeira histórica do movimento estudantil para desviar a atenção da discussão", disse o presidente da Ages, Gilcemar Brito.
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Setps e STP entregam documentos
Ao Ministério Público Estadual apenas velhas justificativas sobre o Salvador Card, cartão de meia-passagem e meia-entrada. A Superintendência de Transportes Públicos (STP) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setps) não apresentaram nenhuma alternativa aos itens levantados pelo promotor público Aurisvaldo Sampaio, na reunião realizada semana passada. As entidades entregaram por escrito no MP as manifestações no último dia do prazo, encerrado ontem.
"Os dois seguem a mesma linha, tentando justificar o injustificável", afirmou Sampaio, assegurando que irá ler os documentos com cuidado, avaliando as respostas apresentadas para então definir uma estratégia. Ele não descartou a possibilidade de uma nova reunião entre as entidades e o MP. A vinculação dos benefícios (meia-passagem e meia-entrada em eventos culturais) e a obrigatoriedade de repasse para duas entidades estudantis (Une e Ubes) são os pontos principais questionados pelo promotor. As respostas foram vagas, apoiadas na suposta idoneidade destas duas entidades estudantis.
Para a quantidade limitada de três recargas por mês para os estudantes em apenas dois pontos de atendimento foram citados decretos, a "experiência no atendimento à classe estudantil na duas últimas décadas" pelo Setps e o modelo, fracassado, em Recife - que adotou o sistema e possui apenas um posto de atendimento.
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Novo manifesto amanhã
A movimentação no centro da cidade começou por volta das 9h30. A passeata pelo Passe Livre saiu da Piedade com destino à Praça Municipal e conseguiu arrastar cerca de 400 estudantes, segundo estimativa da Polícia Militar. Os organizadores acreditam que o movimento atingiu seu objetivo e já marcaram uma nova manifestação para amanhã às 8h, no mesmo percurso. Eles pretendem assistir juntos à audiência pública para discutir o Salvador Card que vai acontecer na Câmara de Vereadores, às 9h.
"Nós defendemos o convênio que ajuda a combater as fraudes, mas também queremos um número maior de postos, o limite de recargas e a validade dos créditos", disse o presidente da União dos Estudantes da Bahia (Ueb), Juremar de Oliveira. Ele disse que a Ueb já havia programado a passeata em Salvador para reforçar o movimento que iniciou em 22 de março, quando houve mobilização em todo o país.
Juremar aproveitou para esclarecer o destino do dinheiro que é repassado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps). Dos R$25 cobrados pela primeira e segunda vias do Salvador Card, R$3,10 serão revertidos para União Nacional dos Estudantes (UNE) e/ou R$1,60 para a União dos estudantes Secundaristas (Ubes), referentes à taxa do selo holográfico destas entidades. Os grêmios estudantis, Diretórios Acadêmicos (DA) e Diretório Central dos Estudantes (DCE) vão receber uma parcela do dinheiro. "Na Ufba, por exemplo, o dinheiro das carteiras de um determinado curso será repartido entre o DA do curso o DCE e a Une", disse Juremar.
O diretor de Relações Internacionais da Ubes Nacional, Marcelo Diniz, acredita que a divergência que está acontecendo em Salvador não significa uma quebra no movimento. "O que está acontecendo aqui existe em todo o país. Alguns movimentos só querem tudo ou nada, mas nós da Ubes achamos que podemos avançar aos poucos e negociar", disse Diniz.
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Secundaristas param a Lapa
"O estudante é quem decide. Salvador Card teu sistema me agride". Foi com esse grito de guerra que os estudantes secundaristas se concentraram no Colégio Central a partir das 9h. De lá partiram para o Colégio Teixeira de Freitas, de onde seguiram para o Ministério Público. De lá retornaram à Piedade rumo à Lapa. A entrada e saída dos ônibus da estação foram interrompidas por mais de meia hora.
Os estudantes saíram da entrada da Lapa quando tiveram que dar passagem a um ônibus em que uma gestante passava mal. Eles partiram para o contorno localizado próximo ao Dique do Tororó para impedir que os ônibus retornassem. Uma pista foi liberada para que carros pequenos pudessem passar. Os manifestantes programaram para hoje mais uma mobilização. Haverá uma nova concentração na porta do Colégio Central.

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